As crianças que hoje nascem vivem num mundo onde a flexibilização é uma das habilidades inerentes à sobrevivência. Em pouco tempo vimos que os taxistas precisaram se reinventar, os hotéis também, e assim por diante.
Nós pais, professores que educamos crianças também precisamos nos reinventar sem perder valores importantíssimos como a hospitalidade, ética, respeito ao próximo, gentileza e tantos outros que seguramente são universais para a boa convivência a fim de que possamos estar aptos a dialogar com toda e qualquer diversidade.
Reinventar no sentido da flexibilização e sensibilidade para entendermos as necessidades das mudanças do mundo. Começa por nós. Começa em casa. Com resistência, assim que “criarem asas”, seremos abandonados por nossos filhos como abandonam um celular velho.
Para educar crianças flexíveis não podemos acostumá-las desde bebê a gostar de um único brinquedo. É preciso variar. O apego a faz inflexível. Não estou falando da “naninha”. Esta é a substituição do cordão umbilical e se faz necessária. Falo da criança que brinca com um único carrinho, uma única boneca, por exemplo, ou os pais que vão passear num único lugar.
É preciso que a criança varie seus brinquedos. Basta desde o começo guardar de tempos em tempos alguns e oferecer outros. Basta escolher lugares diferentes para fazer passeios.
Basta fazer caminhos diferentes para leva-la a escola.
O método é importante, porém a criança já viverá a rotina de outras formas. Como exemplo: horário para as refeições, sono, escola.
Quanto mais você adulto conseguir se flexibilizar com ações simples: sentar -se em lugares diferentes à mesa, no sofá para assistir TV, são bons exemplos rotineiros, mais a criança crescerá num ambiente flexível sem mexer na estrutura de valores. Não se esqueça, a criança aprende muito mais pelo exemplo.
Outro grande exemplo: em um momento a mamãe vai dirigindo e o papai vai de passageiro, em outro o inverso. Desta forma você educa para a flexibilização. Uma casa flexibilizada é aquela que os filhos têm prazer de trazer os amigos para brincar e quando mais velhos para assistir a uma série e quando já estiverem fora, a retornar porque terão saudade do “clima” da casa e daqueles pais que conversavam sobre tudo, informados sobre o mundo.
Informe-se sempre! Não tenha medo do novo! Flexibilize-se!
Rosana Romano Elias Silveira
Pedagoga, Psicopedagoga, Gestora Escolar, Mestre em Educação, Coach pelo Instituto Hollos.